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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Reversão de pólos: o "giro" do campo magnético da Terra leva 7.000 anos

PARIS, 7 abr (AFP) - A reversão do campo magnético da Terra, um fenômeno raro e temido pelo efeito catastrófico que pode ocasionar à vida humana, leva sete mil anos para ser completado, segundo um estudo publicado na última quinta-feira.

O chamado "giro" entre os Pólos Norte e Sul da Terra ocorre em longos mas imprevisíveis intervalos. O mais recente aconteceu há 780 mil anos. O giro de 180 graus ocorre quando há uma mudança nos padrões de circulação do ferro derretido que flui em torno do núcleo da Terra e, em conseqüência, como um dínamo, é criado o campo magnético. A intensidade do campo acontece por um período de tempo, antes que o ritmo de circulação seja estabelecido e uma nova polaridade ocorra. Ainda não foi descoberto por quanto tempo o processo ocorre antes que os novos pólos estejam estabelecidos. As estimativas são de dois a 28 mil anos.

O pesquisador americano Bradford Clement lançou luz à essa dúvida ao examinar registros de amostras sedimentares perfuradas de vários locais do mundo. Essas amostras, depositadas em quatro diferentes eras da história da Terra, têm um eco magnético residual do campo magnético do tempo em que prevaleceram.

"Esse registros levam a uma expectativa média de 7.000 anos do momento em que foram capturadas até a mudança direcional ocorrer", escreveu Clement, que pertence à Universidade Internacional, na revista científica semanal britânica "Nature".

Mas a grande mudança não acontece repentinamente. Ocorre mais rapidamente no equador e leva mais tempo para acontecer em altas latitudes - mais perto dos pólos.

A reação para esse fenômeno, disse Clement, é que na ausência do campo magnético norte-sul, o núcleo da Terra desenvolve um campo secundário mais fraco com vários "mini-pólos" na superfície.

Eventualmente, os dois pólos principais são estabelecidos outra vez, mas em lados opostos do planeta, e restauram sua primazia. Ninguém sabe o que aconteceria com a vida na Terra se o "giro" ocorresse hoje, mas a especulação gira em torno do dia do Juízo Final.

Muitos aspectos da vida de hoje mudariam literalmente de cabeça para baixo, mesmo para os humanos, por nossa dependência nos campos magnéticos para desde navegação à migração das aves. Também estaríamos mais expostos à maléfica radiação solar, da qual somos normalmente protegidos pelo campo magnético da Terra. A perda dessa proteção faria com que as partículas solares despedaçassem-se na atmosfera superior, aquecendo-a e provocando uma mudança brusca potencial no clima da Terra.

Houve um primeiro alarde em 2002, depois que o geofísico Gauthier Hulot descobriu o enfraquecimento do campo magnético da Terra perto dos pólos, o que poderia ser interpretado como um sinal de que um "giro" estaria próximo de ocorrer.

Reversões de polaridade "parecem ocorrer aleatoriamente no tempo", segundo o cientista da Universidade de Washington Ronald Merrill. O intervalo mais curto entre os "giros" ocorre entre 20.000 e 30.000 anos, e o mais longo seria de 50 milhões de anos.

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