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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O vapor de Fukushima

Não há hipótese: Fukushima desapareceu mesmo do mundo das notícias. A ideia deve ser "se ninguém fala do assunto, este morre". E não seria mal se os problemas pudessem ser resolvidos desta forma. Mas não funciona.

Este vazio de informação provoca também a dificuldade em encontrar fontes de confiança: não faltam páginas internet nas quais as notícias são exageradas ou, mais simplesmente, inventadas.

No entanto, nas última semanas a realidade parece ultrapassar a fantasia: não apenas a situação em Fukushima não melhora, como até há razões para ver a preocupação aumentar.

O vapor   

Há um novo alarme que pode interessar em breve a Costa Oeste dos Estados Unidos: é esta a direcção favorecidas pelas correntes marinhas provenientes do Japão.

As pessoas que residem na Costa Oeste da América do Norte deveriam começar a preparar-se para um outro possível ataque de radiação proveniente do local do desastre nuclear de Fukushima.

A razão? A Tokyo Electric Power Company (Tepco) afirma que o vapor radioactivo, de repente, começou a fugir do edifício do reactor nº 3: e não faz ideia do que se passa. Simplesmente, a Tepco afirma que não pode entrar no meio das ruínas para ver o que acontece: os níveis de radiação são demasiado elevados.

Os comunicados da Tepco (em japonês) podem ser lidos aqui (24 de Dezembro), aqui (25 de Dezembro) eaqui (27 de Dezembro). O tradutor de Google dá para ter uma ideia do conteúdo.

Após os comunicados, no dia 28 de Dezembro a Tepco admitiu que vapor foi observado flutuar fora do edifício do reactor número 3: pareceu sair do que resta do quinto andar do edifício, em grande parte destruído. A Tepco admite que não sabe o que está a gerar o vapor.

Segundo alguns observadores, isso poderia ser o início do meltdown, envolvente 89 toneladas de combustível nuclear que entra na atmosfera para depois dirigir-se para a América do Norte. Obviamente, é uma hipótese: mas o meltdown é o pesadelo que paira sobre Fukushima desde o início da crise.

O que é o meltdown
meltdown indica a fusão do núcleo.

Cria temperaturas que fundem os metais, derrete a bainha de zircónio das barras de combustível e as barras formam uma única massa: esta perfura o chão até penetrar no terreno até profundidade extremas. Trata-se dum cenário-limite, que nunca foi observado até hoje.

Pelo menos num dos reactores de Fukushima houve um meltdown parcial: a dúvida que isso tenha interessado todos os 3 reactores.

Além disso, as "piscinas" que contêm o combustível nuclear (o plutónio) não se encontram seladas no interior dum recipiente de cimento, mas estão em contacto directo com o meio ambiente.

Mas existem outras duas opções que podem justificar a saída do vapor.

  • partículas de combustível radioactivo, expelidas durante a explosão do reactor, ficaram misturadas e provocam agora pequenas "derrocadas". Isso não seria um problema terrível e pode ser controlável.
    1. partículas de combustível radioactivo, expelidas durante a explosão do reactor, entraram no tanque do combustível gasto (que está localizado acima do reactor) e começaram a fundir até provocar a ebulição da água da piscina (e do combustível gasto).

    Uma vez há vapor visível, este último parece ser o cenário mais provável. E, nesse caso, seria um problema. Um enorme problema.
    89 toneladas

    A piscina do combustível gasto está localizada no quarto andar, acima do reactor número 3, e se esta for a fonte de vapor, a situação pode rapidamente tornar-se fora de controle.

    A piscina do combustível gasto não é uma estrutura contida, é literalmente uma banheira cheia de água, que serve para manter fresco o velho combustível. O combustível radioactivo, uma vez removido dum reactor nuclear, permanece quente o suficiente para derreter-se ainda ao longo de dois ou três anos.Se o vapor está a sair do prédio do reactor número 3, isso poderia ser o início de uma maciça libertação de radiação, porque uma vez que a piscina de combustível gasto iniciar a reacção, este fica incontrolável.

    A piscina do reactor 3 contem ainda 89 toneladas de combustível gasto: o suficiente para injectar na 
    atmosfera uma nuvem radioactiva que, desfrutando as correntes, pode alcançar a Costa Oeste dos Estados Unidos.

    A boa notícia é que este cenário é uma possibilidade, não uma certeza absoluta.

    No entanto, é interessante realçar o absoluto silêncio dos media acerca dos acontecimentos.
    2 em 1: limpar a cidade e reduzir os sem-abrigos

    Entretanto há o problema de retirar os detritos radioactivos da cidade de Fukushima.
    Quem utilizar? Simples: os mais desgraçados.

    São sem-abrigos que, em troca de dinheiro, limpam a cidade.

    Ganham 90 Dólares por dia: pode parecer muito, mas desta quantia é retirado o valor da comida e do alojamento, pelo que não sobra muito.

    Isso sem contar os riscos da saúde: o trabalho deles é lidar todos os dias com material radioactivo...  


    Ipse dixit.

    Fontes: La Crepa nel MuroHuffington Post ItaliaReuters

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